Cada um tem a sua casa, mas todos os vizinhos compartilham espaços, criam regras e se ajudam. O que os une são laços afetivos criados por interesses comuns. Esse é o conceito de cohousing, ainda pouco conhecido no Brasil, mas que vem despertando interesse, especialmente dos idosos. A ideia é que grupos com os mesmos objetivos construam vilas ou condomínios para viverem juntos e uns cuidarem dos outros.
Há décadas a arquiteta e urbanista Lilian Avivia Lubochinski, de 69 anos, moradora de São Paulo, estuda modelos de construções para a terceira idade. Há alguns anos ela vem unindo grupos de idosos com interesse em cohousing (que ela chama em português de co-lares) para colocar em prática o conceito.
“Co-lares é quando você mora na sua própria casa, seus vizinhos são seus amigos, que compartilham de valores e de objetivos, e todos têm alguns lugares onde convivem, que são de propriedade colaborativa. O que se deseja em co-lares é a qualidade da relação com os vizinhos, de confiança, amizade e familiaridade. O coração da coisa é a arquitetura social”, diz Lilian.
Segundo a arquiteta, há confusão com o nome cohousing, que é usado de uma maneira generalizada. Ela explica que existem duas classes urbanas de moradias colaborativas. A primeira é uma casa grande, onde um grupo vai morar, chamada de casa compartilhada ou co-lar. A segunda, que ela defende, é a co-lares, que são conjuntos de lares colaborativos.
“O tempo mínimo para um projeto acontecer com segurança é de três anos. Vai levar um ano trabalhando o grupo, determinando desejos, contratos internos, decidindo potência financeira, dimensionamento, criando confiança”.
O segundo ano, diz ela, serve para comprar o imóvel e fazer o projeto arquitetônico, iniciando a etapa participativa com a comunidade. E dar entrada no pedido de aprovação na prefeitura local, assim como escolher a construtora. “Pensamos em um tempo ágil de mais um ano para a construção”.
Alternativa interessante
A psicóloga e gerontóloga Margherita de Cassia Mizan, de 57 anos, acredita que cohousing é uma solução interessante para idosos, que estão cada dia mais independentes e não querem morar com filhos. Segundo ela, hoje eles só tem como alternativa as instituições de longa permanência (antigos asilos), mas ficar em um local onde possam estabelecer vínculos e ainda ter os cuidados necessários, seria muito melhor.
“Cohousin é como se fosse um vilarejo, um condomínio com todos os serviços voltados a atender as necessidades do envelhecimento. Já existe em alguns países do mundo e não só para idosos, mas também outros grupos que tenham outras necessidades. As pessoas vão por afinidades”, detalha.
Segundo a psicóloga, cada idoso tem sua característica e nem sempre os condomínios tradicionais, em sua infraestrutura, estão preparados para atendê-los. Assim como não há estímulo de relacionamento com os vizinhos.
“O fato de você ter pessoas para se relacionar, que entendam o momento que você está passando é importante. O princípio básico de cohousing é que as pessoas ali tenham alguma coisa que as conectem. Os laços afetivos são importantes quando você está bem e saudável, imagina quando está mais fraco, fragilizado e vulnerável”, diz Margherita.
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