Pesquisa do CRECI-SP mostra redução nas vendas de imóveis em São Paulo e aumento no número de imóveis alugados no mês de agosto
Destaques da pesquisa
– Venda à vista (47,75%) quase iguala venda financiada (50,45%)
– Usados mais vendidos (63,06%) custam até R$ 600 mil
– Mais vendidos (46,12%) custam até R$ 7 mil o metro quadrado
– Preço do m2 de imóveis usados cai 1,06% sobre julho
– Aluguéis sobem na média 2,61% sobre julho
– Seguro fiança e depósito (56,04%) superam fiador (25,4%)
– Aluguel até R$ 1.500,00 mensais domina mercado (59,15%)
As vendas em agosto realizadas com pagamento à vista representaram 47,75% do total de imóveis usados vendidos na cidade de São Paulo, pouco abaixo dos 50,45% que trocaram de dono por meio de financiamento imobiliário da Caixa Econômica Federal (CEF) e bancos privados.
Somado à queda dos descontos nos preços pedidos pelos donos dos imóveis, de até 48,31%, este comportamento dos compradores “explica a queda de 21,57% nas vendas de casas e apartamentos em agosto sobre julho”, afirma José Augusto Viana Neto, presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo (CRECI-SP).
O índice de vendas recuou de 0,5321 em julho para 0,4173 em agosto enquanto os preços do metro quadrado de casas e apartamentos usados vendidos por 266 imobiliárias pesquisadas caíram 1,06% de um mês para o outro. A queda de vendas em agosto reduziu de 64,47% para 42,9%, mas mantém o saldo positivo acumulado nas vendas de imóveis nos primeiros oito meses do ano.
“Mesmo com essa queda de 1,06% em agosto, os preços dos imóveis usados mantêm grande vantagem sobre o principal índice de inflação do país”, destaca Viana Neto. Em 12 meses, de setembro do ano passado a agosto deste ano, o IPCA apurado pelo IBGE acumula alta de 9,68%. O aumento médio acumulado do preço dos imóveis usados é quase o dobro, somando 16,48%.
“Não fosse o desemprego elevado, de mais de 14% e forte obstáculo à obtenção de financiamento, as vendas acumulariam saldo ainda maior e também não ficariam concentradas em determinados tipos de imóveis”, afirma Viana Neto. Em agosto, a pesquisa CRECI-SP apurou que 63,06% das casas e apartamentos vendidos na cidade de São Paulo custavam até R$ 600 mil.
Os imóveis usados mais vendidos em Agosto na Capital paulista custaram até R$ 7.000,00 o metro quadrado, somando 46,15% do total negociado pelas imobiliárias pesquisadas pelo CRECI-SP. Para vender seus imóveis, os proprietários concederam descontos médios de 5% sobre os preços inicial naqueles localizados na Zona A, como Campo Belo e Alto da Boa Vista, superando em 7,99% o desconto de 4,63% registrado em julho.
Os descontos nos preços orginalmente fixados pelos proprietários caíram, porém, em outras três zonas de valor: de 9,44% em julho para 4,88% em agosto (queda de 48,31%) na Zona B, que agrupa bairros como Aclimação e Pinheiros; de 5,88% para 2,33% (queda de 60,37%) na Zona C, onde estão reunidos bairros como Horto Florestal e Ipiranga; e de 8,56% para 7,07% (redução de 17,41%) na Zona D, que reúne bairros como Limão e Penha.
Em agosto, a pesquisa do Creci-SP apurou que 82% dos imóveis usados vendidos na cidade de São Paulo eram de padrão médio, 13% do padrão luxo e 5% do padrão standard. Na distribuição de vendas por bairros, 33,33% foram dos imóveis agrupados na Zona B; 27,02% na Zona C; 18,93% na Zona D; 15,32% na Zona A; e 5,39% na Zona E.
No contexto geral do mercado imobiliário em São Paulo, os indicadores mostram que há boas perspectivas para a atuação de imobiliárias e corretores de imóveis.
Os valores dos aluguéis iniciais aumentaram 2,61% em média em agosto comparado a julho, três vezes mais que a inflação de 0,87% medida pelo IPCA do IBGE. Mesmo assim, o número de imóveis alugados na cidade de São Paulo em agosto foi 1,01% maior que o de julho, segundo pesquisa feita com 266 imobiliárias pelo Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo (CRECI-SP).
No acumulado de 12 meses, de setembro do ano passado para agosto último, o aluguel médio em São Paulo registra queda de 6,64%. “Os donos dos imóveis se vêm forçados a moderar os valores diante da situação difícil que vivem as famílias, com desemprego elevado e perda de renda”, justifica José Augusto Viana Neto, presidente do Creci-SP.
A maioria das novas locações em agosto, 59,15% do total, tinha aluguel mensal médio de até R$ 1.500,00. Dos imóveis alugados no mês, 50,56% eram apartamentos e 49,44% eram casas.
A garantia de pagamento do aluguel em caso de inadimplência dos inquilinos nesses novos contratos ficou concentrada no seguro de fiança locatícia (30,88% dos contratos), no fiador pessoa física (25,4%) e no depósito de valor equivalente a três meses de aluguel (25,16%). Também foram usadas a caução de imóveis (16,31%) e a cessão fiduciária (1,99%), com 0,25% das casas e apartamentos alugados sem garantia formal.
Os descontos que os proprietários concederam para alugar seus imóveis em agosto, segundo a pesquisa CRECI-SP, variaram de 10,19% para casas e apartamentos situados em bairros como Brasilândia e Grajaú, na Zona E, a 8,01% para aqueles localizados nos bairros agrupados na Zona B, como Aclimação e Alto da Lapa.
As novas locações de agosto distribuíram-se entre as Zona C (39,1% do total), D (25,15%), B (17,68%), E (13,57%) e A (4,48%).
A inadimplência em agosto chegou a 4,59% dos contratos em vigor nas 266 imobiliárias pesquisadas, 3,16% menor que os 4,74% registrados em julho. Já o número de imóveis devolvidos por inquilinos que desistiram dos contratos por motivos financeiros (63,68%) ou outras razões (36,32%) superou em 6,97% o total de novas locações.
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