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Vendas de imóveis no Brasil sobem 46,1% no primeiro semestre

Balanço da CBIC mostra que o crescimento nas vendas de imóveis no 2º trimestre de 2021 foram os maiores dos últimos quatro anos

O Brasil registrou aumento de 46,1% no número de unidades residenciais vendidas (apartamentos novos) no 1º semestre de 2021 (janeiro-junho), na comparação com o mesmo período do ano passado. Em relação aos primeiros três meses deste ano, as vendas de imóveis subiram 7,2% no 2º trimestre.

Os números fazem parte do estudo Indicadores Imobiliários Nacionais do 2º trimestre de 2021, realizado desde 2016 pela CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção) e pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai Nacional), em parceria com a Brain Inteligência Estratégica.

O trabalho foi produzido a partir de dados coletados e analisados em 162 municípios, sendo 20 capitais, de Norte a Sul do país. Algumas cidades foram avaliadas individualmente ou dentro das respectivas regiões metropolitanas.

Os lançamentos de novas unidades também registraram aumento no 2º trimestre e cresceram 51,3% em relação ao 1º trimestre de 2021. Contudo, apesar dos números positivos, o presidente da CBIC, José Carlos Martins, se mantém moderado, já que as vendas vêm sendo maiores que os lançamentos, inclusive no acumulado de 12 meses.

O presidente destaca que a alta dos materiais ainda preocupa o empreendedor brasileiro e continua sendo o principal empecilho para o maior crescimento do setor.

“A Ferrari continua com freio de mão puxado. Estamos vendendo muito bem, o mercado é um grande comprador, mas o que preocupa são os lançamentos. Não crescemos tanto nesse quesito quanto nas vendas, e isso mascara um problema. O preço do imóvel subiu mas nada proporcional ao aumento de insumos. Esse medo faz com que muitas empresas reduzam seus lançamentos, e assim, nosso mercado tende a acelerar os preços de vendas na sequência”, afirmou Martins.

José Carlos ainda destacou que os maiores índices de crescimento foram nas regiões Norte e Nordeste, que neste 2º trimestre tiveram aumento de 162,9% e 127,5%, respectivamente, nas unidades lançadas em relação ao 1º trimestre de 2021.

Segundo o vice-presidente da área de Indústria Imobiliária da CBIC, Celso Petrucci, considerando o acumulado de 12 meses, as vendas de imóveis cresceram 153% nos últimos quatro anos nas 162 cidades pesquisadas pela entidade. Ele acredita que este efeito acontece, em grande parte, pelas taxas de juros convidativas de pessoa física, em torno de 8%.

“Não existe a expectativa do setor de que a taxa de juros, mesmo nos juros futuros, atinja 2 dígitos. Acredito que vamos até o fim do ano nessa faixa de 8%, que continua sendo bastante atrativa para o investidor”, reforçou.

Lançamentos de imóveis

Em relação ao 1º trimestre de 2021, os lançamentos tiveram aumento de 51,3% no 2º trimestre, com queda registrada somente na região Sul, que caiu 9,8%. Considerando os primeiros seis meses deste ano, em comparação ao mesmo período do ano passado, as unidades residenciais lançadas cresceram 57,2%.

No acumulado de 12 meses, os lançamentos aumentaram 115% em relação a 2017. Petrucci destacou que foi o melhor trimestre da série histórica. “O crescimento existe, mas se observarmos os números de lançamentos x vendas, as vendas abrem uma margem grande, o que dá uma leitura de aumento dos preços”, pontuou Petrucci.

Vendas de imóveis

As vendas de imóveis cresceram em quase todas as regiões do país no 2º trimestre deste ano em relação aos meses iniciais de 2021. Norte e Nordeste registraram os maiores aumentos do período. A região Norte teve aumento de 25,4% (1.676 unidades) e o Nordeste cresceu 28,7% (13.428 unidades). Já as vendas na região Sul tiveram queda de 22,9% (9.986 unidades).

A oferta final de imóveis no 2º trimestre de 2021, na comparação com o 1º trimestre do ano, apresentou queda de 2,3%. Considerando a média de vendas dos últimos 12 meses, na hipótese de não haver novos lançamentos, a oferta final se esgotaria em oito meses e provocaria potencial redução na efetividade de negócios na esfera de imobiliárias e corretores de imóveis.

O presidente da CBIC alerta que a oferta menor resultará no aumento de preços dos imóveis, que não estão acompanhando o Índice Nacional da Construção Civil (INCC). “Apesar do otimismo conservador, nós temos uma preocupação real com INCC e com o equilíbrio do mercado para 2022”.

Para Fábio Tadeu Araújo, sócio da Brain Inteligência Estratégica, o aumento dos insumos é a grande preocupação para o futuro do setor. “Nós temos observado a necessidade de recálculo de inúmeros lançamentos. Não fosse a alta de preços teríamos um resultado muito melhor, pois vários imóveis que já estavam previstos para serem lançados foram recalculados, com o aumento da obra chegando a 15%, o que fez o projeto voltar para a prancheta”, destacou Araújo.

Casa Verde e Amarela

O estudo Indicadores Imobiliários Nacionais ainda analisou a participação do programa habitacional Casa Verde e Amarela (CVA), sucessor do Minha Casa Minha vida, no total de unidades lançadas e vendidas em todas as regiões brasileiras.

A representatividade do Casa Verde e Amarela sobre o total de lançamentos, no 2º trimestre, foi de 48%. Sobre o total de vendas, essa participação foi de 49%. No 1º trimestre, a representatividade do programa sobre o total de lançamentos era de 55,6% e sobre o total de vendas, 51,5%.

Para o vice-presidente da área de Indústria Imobiliária da CBIC, a queda dos números reforça a necessidade de adequação do programa. “O que compreendemos é que é extremamente necessária a revisão dos limites operacionais do Casa Verde e Amarela, uma proposta que já está em andamento no Ministério do Desenvolvimento Regional junto ao conselho curador do FGTS, o que será muito bom para o mercado. A revisão da curva de subsídios é fundamental para o bom andamento do mercado no restante do ano”, reforçou Petrucci.

José Carlos Martins destacou, ainda, que o impacto dos aumentos dos insumos é maior em imóveis populares e podem prejudicar o programa habitacional. “O aumento dos insumos impacta muito mais os projetos do Casa Verde e Amarela que os demais padrões, pois as margens das empresas no Casa Verde e Amarela são menores e mais sensíveis aos aumentos de preços de lançamentos e vendas”.

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