Com o recorde de R$ 255 bilhões nas operações no ano passado, a expectativa é que oferta de crédito e financiamento imobiliário evolua em compasso com a economia
As operações de financiamento imobiliário atingiram o recorde histórico de R$ 255 bilhões em 2021, segundo os números apurados pela Abecip (Associação das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança) que confirmam que o crédito imobiliário cresceu expressivamente no ano passado.
Os recursos do financiamento imobiliário pelo SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo) alcançaram a cifra de R$ 205 bilhões, com alta de 66% em relação a 2020, enquanto o montante financiado pelo FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) atingiu a marca de R$ 49 bilhões.
O recorde histórico do SBPE é um indicador da força desta modalidade de crédito concedido em operações de maior valor agregado e de longa duração. As expectativas para 2022 também são favoráveis.
Como afirmou o presidente da Abecip, José Ramos Rocha Neto: “2022 deverá ser um ano muito bom” para o crédito imobiliário. Espera-se, acrescentou Rocha, que 2022 seja “o segundo melhor ano da história do SBPE”.
Destaque-se o papel que as instituições financeiras que atuam no crédito imobiliário tiveram na recuperação da economia, dada a relevância da construção civil para o ritmo das atividades e para a formação bruta de capital fixo (FBCF, ou taxa de investimento).
Os investimentos no setor financeiro avançaram positivamente e foram decisivos para fortalecer o crescimento econômico em 2021.
Financiamento imobiliário em 2022
Em 2022, a oferta de crédito e financiamento imobiliário deverá evoluir em compasso com os indicadores macroeconômicos, em especial o comportamento do emprego, da renda, da inflação e dos juros.
O volume total dos empréstimos, englobando SBPE e Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), é estimado em cerca de R$ 260 bilhões, sendo R$ 195 bilhões no SBPE e R$ 64 bilhões no FGTS. Haverá, portanto, crescimento da ordem de 2% em relação a 2021.
Confirmada a hipótese, o volume de crédito concedido a mutuários e a incorporadores será compatível com um patamar elevado de contratações, mantendo o financiamento imobiliário entre as linhas mais importantes do Sistema Financeiro Nacional.
As perspectivas também são positivas para o futuro, pois “grande parte das construções iniciadas em 2020 e 2021 ficarão prontas em 2022 e 2023, mantendo elevado o número de contratações de crédito pelos mutuários finais”, enfatizou o presidente da Abecip.
Alguns destaques de 2021 devem ser observados:
CGI (Home Equity)
O Crédito com Garantia de Imóvel (CGI) teve expansão de 29% em 2021 na comparação com 2020.
Poupança SBPE
Com as regras de remuneração das cadernetas, a poupança do SBPE tenderá a apresentar, em 2022, reação positiva em relação a 2021, preservando seu papel no funding do crédito imobiliário.
No ano passado, a captação líquida das cadernetas foi negativa de R$ 35 bilhões, refletindo o uso mais intenso dos recursos na complementação do orçamento doméstico num ano em que as condições econômicas foram apertadas para as famílias, com desemprego elevado e queda na renda e no poder aquisitivo.
Ainda assim, o saldo da poupança atingiu R$ 790 bilhões, recuo nominal de apenas 1,4% em relação a 2020.
Com base nos números que retratam o financiamento imobiliário e a oferta de crédito para imóveis é possível avaliar tendências de mercado e o comportamento do cliente para orientar o trabalho de imobiliárias e corretores de imóveis.
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Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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